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COM CADA VEZ MAIS CONSUMIDORES A EVITAR O USO DE PELES VERDADEIRAS, HÁ UMA OPORTUNIDADE REAL PARA A INDÚSTRIA DA MODA SE ADAPTAR, CRESCER E CRIAR SEM O USO DE PELE. POUCO A POUCO, AS GRANDES MARCAS VÃO ANUNCIANDO O ABANDONO DESTA PRÁTICA. FINALMENTE O FUTURO DA MODA PARECE PASSAR PELA AUSÊNCIA DE PELE DE ANIMAIS.
24.08.2018 por Célia Figueiredo
Ainda estamos em pleno verão mas a coleção outono-inverno 2019 já está presente em todas as lojas. Os mais atentos já devem ter percebido das mudanças que se fazem sentir e que vai ser tendência na próxima estação. Falamos do uso de peles sintéticas para as criações. Segundo os especialistas da Moda, “esta é uma vitória moral de todos, pois os consumidores de hoje preferem cada vez mais a versatilidade e suavidade das peles artificiais e querem alinhar os seus valores com os roupeiros como nunca antes”. A indústria da Moda tem vindo a fazer saber dessa sua opção de não querer mais compactuar com o comércio de peles verdadeiras.
No ano passado, foram várias as marcas que anunciaram não usar mais peles de animais. Depois da YOOX Net-a-Porter Group e da VF Corporation, foi a Gucci que chocou o mundo da Moda ao anunciar estar livre de peles. O diretor-executivo da Gucci retoricamente perguntava: “Acha que o uso de peles ainda é moderno? Eu não acho que seja moderno e é por isso que tomámos esta decisão. É um pouco desatualizado… A criatividade pode “pular” em muitas direções diferentes em vez de usar peles”.
Desde então, Versace, Furla, Michael Kors, Donna Karan, Jimmy Choo, Columbia Sportswear e Rent the Runway anunciaram não usar mais peles verdadeiras. Também a diretora criativa da Givenchy, Clare Waight Keller, demoveu a empresa a abandonar o uso de peles de animais.
Países como a Noruega (que já foi o maior produtor de peles do mundo) e a Bélgica estão a distanciar-se da crueldade contra os animais ao proibir a utilização de peles.
É um progresso bem-vindo ao mundo da Moda, considerando a crueldade animal envolvida na produção de peles. Para além disso, a produção de peles também é ambientalmente tóxica, uma vez que as fábricas de peles e de curtumes são extremamente prejudiciais aos solos e cursos de água.
Com mais e mais consumidores a evitar o uso de peles verdadeiras, há uma oportunidade real para a indústria se adaptar, crescer e criar um futuro sem peles. À medida que esta decisão se tornar norma para marcas e retalhistas – e os países aprovarem legislação que proíba as vendas e importações de pele – existe uma enorme oportunidade para produtores de peles artificiais, marcas de Moda, ambientalistas, defensores dos animais e até peleiros se juntarem e inovarem em materiais sustentáveis sem animais. Além de que os avanços tecnológicos permitirão, em breve, produzir peles verdadeiras em laboratórios sem o sofrimento dos animais ou os impactos ambientais.